Ao contrário de Tolkien, que detestava os franceses, Edgar Allan Poe tem muito o que agradecer a eles. Esse autor, como tantos outros gênios da literatura, música e pintura, só recebeu reconhecimento após sua morte, aos 40 anos, em 1849. A responsável por retirar seu nome do limbo foi a França e, atualmente, podemos encontrar vários produtos com o nome e até o rosto do escritor. No entanto, o nome de Poe não ficou sujo por acaso. Aliás, parece que uma certa "nuvem negra de azar" o acompanhou por toda a vida. Em primeiro lugar, ficou órfão de pais aos três aninhos. Foi adotado por um rico casal que, na verdade, nunca o aceitou como filho legítimo e chegou, posteriormente, até a bani-lo de suas propriedades. Quando criança, estudou em um internato religioso onde, caso algum dos padres viesse a falecer, ele e seus coleguinhas de turma eram os responsáveis por cavar a cova! Com todos esses traumas, cresceu e virou alcoólatra. Para conseguir bancar seu vício em bebida, criou um novo: o jogo. Sempre endividado, não recebia crédito de ninguém. Para piorar sua fama, casou-se com sua própria prima, 14 anos mais nova. Na data da celebração ela tinha somente treze anos, mas o mais espantoso é que eles namoraram durante TRÊS ANOS antes de se casarem! (Façam as contas). Levaram uma rotina peregrina, mudando de cidade várias vezes e, após a morte de sua amada, foi internado em uma clínica para doentes mentais. Ali, gritando "Senhor, tende piedade da minha pobre alma", Poe encontrou seu destino final. Todas essas dificuldades foram as responsáveis por ele ter se tornado o pai dos contos sombrios (combina bem com Ravenloft) e inspirado outros famosos escritores até os dias de hoje, como Stephen King. Também adquiriu milhares de fãs extremamente leais como, por exemplo, o homem trajando capa preta que visita o túmulo de Poe todos os anos, deixando três rosas e meia garrafa de conhaque. Macabro, não?